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Raimundo Piragibe Gomes de Magalhães nasceu no Ceará em 6 de maio de 1918 e fez sua estréia como atleta do Flamengo em julho de 1945, foi fiscal da guarda civil da E. F. Central do Brasil nos anos 40 e instrutor da Escola de Polícia nos anos 50 na capital federal da época, Rio de Janeiro.
Piragibe tinha como principal adversário o seu companheiro de equipe Baianinho, em uma época que os atletas lutavam contra seus próprios colegas de clube. Piragibe foi um dos atletas amadores mais violentos de seu tempo e constantemente desclassificado por “foul” (como as penalidades eram chamadas no Catch).
Seu primeiro professor de Luta Livre foi o campeão amador Max Wolf, combatente e herói de guerra morto nos campos de batalha da segunda grande guerra mundial. Posteriormente completou seu treinamento com maior lutador e treinador que já existiu na Luta Livre brasileira, o campeão Tatu.
Assim como Baianinho, seu golpe preferido era o estrangulamento com chave de rins.
Piragibe foi campeão carioca no primeiro campeonato de Luta Olímpica realizado no Brasil, assegurou sua posição na seleção nacional desde 1948 até meados da década de 1950.
Disputou vale-tudo quando desafiado durante uma década, apesar de ter ressalvas contra a modalidade e preferir sempre nas regras da Luta Livre tradicional, como declarou por diversas vezes.
No Brasil o ProWrestling era chamado de espetáculos ou luta no mole, Catch tradicional era finalização ou encostamento de ombros, luta no duro quando valia cuteladas e vale-tudo quando estava liberado todos os tipos de golpes ou luta livre americana (No Holds Barred). Os atletas de Catch lutavam de verdade e participavam de todo tipo de competição, diferente da época do Telecatch aonde os participantes eram apenas artistas e não lutadores.
Continuou fiel a seu mestre Tatu até a aposentadoria deste.
Antenor Silva, nascido em 15 de agosto de 1924 na Bahia foi policial militar no distrito federal quando a capital era o Rio de Janeiro. Baianinho, apelido como ficou conhecido, começou a praticar luta livre em São Paulo quando passou a frequentar os espetáculos de Catch disputados no Ginásio do Pacaembu.
Baianinho trabalhava em São Paulo quando foi chamado a integrar o terceiro escalão da FEB durante a Segunda Grande Guerra, durante a preparação ele teve que se dividir entre os treinos de Luta Livre e os treinamentos como soldado. Quando seu navio chegou em Nápoles ele já havia se tornado o campeão do terceito Escalão que formalizou competições durante a viagem entre os marinheiros e soldados.
Ao chegar no RJ, ingressou no Clube de Regatas do Flamengo sob a supervisão do lutador e treinador Cabo Verde e depois passou a se aperfeiçoar com Tatu, maior expoente nacional da Luta Livre.
Baianinho estreou em 7 de março de 1944 como atleta do Flamengo e tinha Raimundo Piragibe (também atleta do Flamengo) como maior adversário. Seu golpe preferido era o estrangulamento com chave de rins.
Baianinho foi com a seleção brasileira disputar o primeiro Pan Americano em 1951 e se tornou vice campeão peso pesado no estilo livre.
Integrava a seleção brasileira de luta livre olímpica desde 1948 e foi treinador e campeão nacional nessa modalidade até o final dos anos 50.
Chegou a desafiar o Carlson Gracie na modalidade de luta olímpica em 1957 e não tendo resposta o desafiou para um vale-tudo. A academia Gracie aceitou o desafio em luta livre americana e Baianinho pediu 5 meses de prazo para a luta, logo massacrado nos jornais pelos Gracies por um prazo tão longo. Essa luta nunca chegou a aconteceu, com 5 meses Baianinho foi aos jornais e não teve mais resposta da Academia Gracie.
Mesmo não praticando com Kimono, Baianinho entrou no campeonato carioca de Jiu Jitsu de 1950 realizado pela academia Gracie e empatou a única luta que fez.
Foi vice-campeão brasileiro em 1957 de Judo mesmo nunca ter praticado essa arte.
Fez uma preliminar da luta do Kato contra o Hélio Gracie, participou de preliminar da uma das lutas do Carlson contra o Waldemar e lutou contra Sakai nas regras do Jiu Jitsu, principal aluno de George Gracie nos anos 50.
Baianinho lutava qualquer desafio e nunca se recusou a um adversário, foi aluno do Tatu por muitos anos e continuou com Fausto Brunocilla, herdeiro natural do Tatu e única linha da Luta Livre Esportiva brasileira existente.
Renê Bastos, nascido em 1914 na Bahia, foi um soldado preso em 1935 no levante comunista e ficou detido até 1940.
Foi aluno de Dudu e chegou a disputar algumas lutas antes de ser preso. Ao sair da cadeia voltou ao circuito de lutas de Catch e no final dos anos 40 foi para a Bahia.
Quando as lutas voltam ao auge no Brasil em meados dos anos 50, Rene reaparece no RJ desafiando os lutadores famosos, inclusive alunos da academia Gracie.
No livro “Filho Teu Não Foge a Luta” o autor comete uma gafe contra Rene sugerindo que a matéria “Máscaras de Sangue Nas Faces de Homens Maus”, que cobria a noita de desafios da luta entre Carlson e Cirandinha em 1953 afirmava que Hélio Vigio quebrara a cara de Rene Bastos.
Essa luta entre eles aconteceu em 1954 nas preliminares da luta de Carlson contra Passarito e terminou empatada, Hélio Vigio era muito técnico, talvez o melhor da academia Gracie, mas não tinha técnica e muito menos físico para “quebrar” a cara de Rene Bastos mesmo estando com 40 anos e Vígio com 19 anos.
Rene participava de espetáculos de ProWrestling no Palácio do Alumínio, campeonatos amadores de Luta Livre Esportiva e eventos profissionais de Luta Livre Americana (também chamado de Vale-tudo). Participou de seletivas para jogos olímpicos em tentativas no período em formar um time nacional.
Ao empatar com Vígio, Rene teve a chance de enfrentar o “número 1” da academia Gracie no começo de 1955, Waldemar Santana. Esses eventos eram promovidos pela Federação de Pugilismo (responsável por todos os esportes de luta na capital) e organizados por Carlos Gracie. Para esse desafio houve um desentendimento entre eles e Hélio proibiu a luta mesmo com todos os ingressos já vendidos.
Waldemar resolveu lutar sem a autorização dos seus professores e perdeu para Rene Bastos (apesar da Federação anular o resultado e promulgar o empate) desencadeado toda a série de desafios que viriam a acontecer por causa disso, como a derrota de Hélio Gracie para o próprio Waldemar e a série de lutas contra Carlson Gracie.
Renê Bastos ao voltar para o RJ continua seus treinamentos como aluno de Tatu e lutou até o começo dos anos 60 não deixando linha sucessória conhecida na Luta Livre.