Rene Bastos

ReneBastos1954Renê Bastos, nascido em 1914 na Bahia, foi um soldado preso em 1935 no levante comunista e ficou detido até 1940.

Foi aluno de Dudu e chegou a disputar algumas lutas antes de ser preso. Ao sair da cadeia voltou ao circuito de lutas de Catch e no final dos anos 40 foi para a Bahia.

Quando as lutas voltam ao auge no Brasil em meados dos anos 50, Rene reaparece no RJ desafiando os lutadores famosos, inclusive alunos da academia Gracie.

Grande Lutador Veterano

filho_teu_nao_foge_a_lutaNo livro “Filho Teu Não Foge a Luta” o autor comete uma gafe contra Rene sugerindo que a matéria “Máscaras de Sangue Nas Faces de Homens Maus”, que cobria a noita de desafios da luta entre Carlson e Cirandinha em 1953 afirmava que Hélio Vigio quebrara a cara de Rene Bastos.

Essa luta entre eles aconteceu em 1954 nas preliminares da luta de Carlson contra Passarito e terminou empatada, Hélio Vigio era muito técnico, talvez o melhor da academia Gracie, mas não tinha técnica e muito menos físico para “quebrar” a cara de Rene Bastos mesmo estando com 40 anos e Vígio com 19 anos.

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Vitória sobre Waldemar

prowrestlingRene participava de espetáculos de ProWrestling no Palácio do Alumínio, campeonatos amadores de Luta Livre Esportiva e eventos profissionais de Luta Livre Americana (também chamado de Vale-tudo). Participou de seletivas para jogos olímpicos em tentativas no período em formar um time nacional.

Jornal Imprensa Popular de 20 de maio de 1955, pág 7.
Jornal Imprensa Popular de 20 de maio de 1955, pág 7.

Ao empatar com Vígio, Rene teve a chance de enfrentar o “número 1” da academia Gracie no começo de 1955, Waldemar Santana. Esses eventos eram promovidos pela Federação de Pugilismo (responsável por todos os esportes de luta na capital) e organizados por Carlos Gracie. Para esse desafio houve um desentendimento entre eles e Hélio proibiu a luta mesmo com todos os ingressos já vendidos.

Waldemar resolveu lutar sem a autorização dos seus professores e perdeu para Rene Bastos (apesar da Federação anular o resultado e promulgar o empate) desencadeado toda a série de desafios que viriam a acontecer por causa disso, como a derrota de Hélio Gracie para o próprio Waldemar e a série de lutas contra Carlson Gracie.

Renê Bastos ao voltar para o RJ continua seus treinamentos como aluno de Tatu e lutou até o começo dos anos 60 não deixando linha sucessória conhecida na Luta Livre.

Time de Luta do Clube de Regatas do Flamengo

O Clube de Regatas do Flamengo sempre manteve turmas de Luta Livre (Catch As Catch Can) desde os anos 30, mas a partir de 1944 começou a preparar um time imbatível e para isso contratou o treinador Moraisinho (que substituiu o lutador Cabo Verde) sob a supervisão do maior campeão de todos os tempos no país, Euclydes Hatem, o popular Tatu.

O clube atraiu os principais nomes amadores da então capital federal, Rio de Janeiro,  sendo que a grande maioria já se aperfeiçoava com Tatu ou era aluno de algum amigo deste.

Renê Bastos, Baianinho, Piragibe, Hugo Mello (também grande judoka), Kid I, Kid 2, Fernando Cardoso (Kid 3) e tantos outros participaram desse esquadrão.

Flamengo

O time do Flamengo foi a base da seleção brasileira montada para os jogos de 1948, mas a federação de pugilismo não conseguiu enviar a equipe por irregularidades e falta de dinheiro, uma das denúncias é que não havia regularização da modalidade de Luta Olímpica e não houvera uma pré seleção.

Conquistas

Em 1950 foi realizado o primeiro campeonato brasileiro de luta olímpica e os cariocas foram campeões em todas as categorias, basicamente os atletas do Flamengo (maioria) e do São Cristóvão foram os vencedores. A competição foi disputada por atletas de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

A seleção nacional formada por cariocas foi entregue ao Flamengo sob Moraisinho e a supervisão técnica de Tatu para se prepararem para as competições internacionais.

Em 1951 o Brasil, por meio da Federação de Pugilismo, enviou uma delegação para o primeiro jogos Pan-Americanos. Baianinho, atleta do Flamengo e pupilo direto do Tatu, foi vice-campeão e trouxe a primeira medalha de prata do estilo livre de luta olímpica, venceu um americano e perdeu a final para um argentino.

No final dos anos 50 o Catch caiu no ostracismo com a popularização do Pro Wrestling e o Flamengo deixou de investir na modalidade. Fica o registro do clube brasileiro introdutor da luta olímpica no Brasil e grande vencedor, em toda história nenhum time teve tantos bons lutadores campeões como essa geração.